Enviado por: Taianny de Assis Machado
A partir do século XV, parte da nobreza inglesa (gentry) iniciou a apropriação das terras da população pobre camponesa. Senhores feudais passaram a cercar os open fields (campos abertos), que eram compartilhados por aldeões pobres ou pequenos proprietários, sem terras para pastagens de seus poucos animais. Também servia para coleta de lenha e caça de pequenos animais. Ninguém tinha título sobre os open fields. O uso deles pela comunidade era costume consagrado. Os Senhores se apropriaram e a autoridade a quem cabia decidir as disputar entre Senhores privatizadores e camponeses lesados era o próprio Senhor cercador. Thomas Morus, na obra Utopia, diz que os carneiros se tornaram devoradores de homens. O cercamento foi feito para ampliar a produção de lã, que era exportada para os Países-Baixos e Itália para indústrias têxteis artesanais.
Ao longo da Idade Moderna (1453 a 1789) o cercamento foi se incrementando e deixou de ser obra de Senhores isolados e passou a ser umato do Parlamento, que colocou todas as terras comunitárias à venda. O cercamento mais global foi feito no século XIX e o objetivo não era produzir lã, mas produzir trigo para manter baixos os salários dos proletários. A Inglaterra já tinha passado por sua primeira Revolução Industrial. Os cercamentos acabaram produzindo mão de obra barata (camponeses expulsos) e novidades tecnológicas, pois substituiu-se o sistema de 3 campos (duas culturas e um campo de pousio) pelo de 4 campos (sem pousio).
Referência:
KARL, Marx. Capital. 1867. Edições diversas.
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