quarta-feira, 18 de novembro de 2015

As origens do feudalismo (800-1200 d.C.)

Escrito e enviado por: Diego Antônio Milanesi

As relações entre o senhor, os servos e os vilões eram designadas pelo termo senhorio, enquanto que as relações entre nobres recebiam a designação feudalismo. 

Feudalismo deriva de feodum, palavra que significa, originalmente, “benefício”. O benefício, no caso, era a concessão de terras (eventualmente também englobava bens monetários e outros rendimentos) que um alto senhor, o suserano, efetuava a um fidalgo de categoria inferior, denominado vassalo. Em retribuição, o vassalo comprometia-se com um juramento de fidelidade e com o serviço militar.

Suserano deriva do latim superanus (soberano). Já o termo vassalo procedia do celta gwassawl (o que serve), vulgarizando-se no século IX através do latim vassus ou vassalus, para designar aquele que estava na dependência, sob a proteção de outro.

Entre os séculos XI e XIII, vassalos propriamente ditos eram os que possuíam um feudo, pelo qual deviam ao senhor determinados direitos e obrigações, merecendo destaque quatro serviços principais: 1) pagar, quando necessário, o resgate de seu senhor; 2) arcar com o armamento, quando da entrada na cavalaria do filho mais velho do Senhor; 3) contribuir com determinada quantia para a festa de casamento da filha mais velha do castelão; 4) prestar colaboração quando o castelão, ou senhor feudal, resolvia participar de uma Cruzada.

O feudatário podia ceder parcelas da terra recebida do rei ou do seu senhor a outras pessoas, tais quais oficiais de status inferior ao seu e camponeses. Os camponeses cultivavam a porção de terra recebida, obrigando-se a pagar, em dinheiro ou em produtos, uma parcela de suas colheitas. Em certas ocasiões, eram obrigados a fazer pagamentos em trabalho (corveia ou mutirão).

No fundo, o feudalismo tem origem em duas tradições preexistentes ao seu aparecimento: uma romana, outra bárbara.

Na tradição romana, dois homens livres acordavam, entre si, uma relação de reciprocidade. Com o declínio do Império Romano, os cidadãos mais indefesos punham-se a serviço dos Potentes, ou seja, indivíduos poderosos.

Na tradição anglo-saxônica, a dos bárbaros vindos da Suécia, o chefe tribal era seguido em suas aventuras por uma elite de guerreiros, os “companheiros de guerra”, os quais eram recompensados com os frutos dos saques.

O feudalismo foi implantado inicialmente no norte da França, onde os galo-romanos e os francos haviam feito uma interação relativamente rápida. Na ausência de uma burocracia organizada em seu território, os reis merovíngios concederam postos de governo a pessoas de sua confiança, cobrando delas um juramento de adesão. 

Dessa forma, os condes (palavra originária do latim comes, companheiro) e bispos tornaram-se vassalos do rei. Dito de outra forma, tornaram-se dependentes pessoais do monarca, servos nobilitados.


REFERÊNCIA

TREVISAN, Armindo. Uma viagem através da Idade Média: o que a Europa deve à Idade Média. 1ª Ed. Porto Alegre: AGE, 2014.

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